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Conto de todos os cantos: Roger Sejas


Robert sorri, tem os cabelos castanhos e veste uma blusa branca.
Roger no evento ExpoCachaça. Créditos: arquivo pessoal

Natural de Belo Horizonte, com família de origem boliviana, Roger Sejas se considera jeceabense por afeição, afinidade e afetividade. Entusiasta de cachaças há muitos anos, é dono da Cachaçaria Jeceaba, na Fazenda Bela Vista.


Apesar de ser advogado por profissão, o seu apreço está na produção cachaceira e nas múltiplas possibilidades que este mercado possibilita tanto pessoalmente quanto para a expansão e para o reconhecimento do nome de Jeceaba em outras regiões.


Leia a seguir a entrevista realizada pelas arte-educadoras Ana Malta e Priscila Mathilde com Roger e conheça a história da cachaça premiada!


Fazenda Bela Vista, em Jeceaba/MG. Créditos: Alícia Antonioli

Como começou a história da Cachaçaria Jeceaba?

O nosso empreendimento começou em 2003, quando construímos nosso primeiro alambique. Em um dado momento, me veio a ideia de usar a fazendo antiga do meu sogro e, com aquele espaço que tínhamos, desenvolver um alambique. Lá é um lugar de acolhida e encontro da família.


Naquela época, a região de Jeceaba não tinha muitos fabricantes de cachaça. Então decidimos produzir uma cachaça de qualidade e que viesse efetivamente da cidade, para enaltecê-la. Até por isso que a gente colocou nela o nome da cidade.


O projeto é pequeno e a Cachaça de Jeceaba é uma cachaça de boutique. Nunca quis ser o maior produtor de cachaça, mas queria ser um dos melhores fabricantes: fazer uma das melhores cachaças do país. E desde então temos alcançado alguns resultados que vão mostrando que estamos efetivamente no caminho.


Vocês distribuem ou exportam a Cachaça para outras regiões do país ou para fora?

Hoje em dia, a gente vende para o Brasil inteiro: São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará e Piauí. Em Minas, a Cachaça Jeceaba está na região de São Brás, Lafaiete, Prados, Resende Costa, Tiradentes e Bichinho.


A exportação até está no nosso radar porque a cachaça é um produto brasileiro muito rico. Ostentar a bandeira de Jeceaba lá fora seria um prazer muito grande! Mas, atualmente, a gente tem procurado focar nas vendas dentro da nossa região. Pensamos em ter boas parcerias com pessoas de Jeceaba, estabelecer uma conversa franca e aberta para elas conhecerem o produto.


Local onde é produzida a Cachaça Jeceaba. Créditos: Alícia Antonioli

A matéria prima utilizada para a fabricação da cachaça é produzida por vocês?

A cana que a gente usa para produzir a cachaça é plantada na fazenda. Isso porque para a produção de uma cachaça de qualidade, é importante começar com o plantio da cana, assim temos certeza de como está acontecendo o manejo da lavoura: o cultivo da terra, o preparo do solo, desenvolvimento e o corte da cana.


De onde surgiu o seu interesse pela produção da cachaça?

Antigamente, a gente não tinha muita condição de comprar outras bebidas, mas ainda assim não aprendi a gostar de cerveja nem de outra bebida, a cachaça bateu comigo. Quando era mais novo, a minha afeição pela cachaça veio pela aproximação até do sabor. Por isso, participei da ExpoCachaça, de feiras de cachaça, e sempre tive aquele sonho de “um dia eu quero ter uma cachaça pra chamar de minha”.


No fundo, em um primeiro momento é um sonho, uma paixão… E a maioria dos produtores de cachaça vai te falar isso, que eles foram movidos pela paixão pelo produto. E depois que me casei com a minha atual esposa, que é muito companheira no nosso negócio, pensei: “Uai, aqui eu posso realizar o nosso sonho!”.


O nosso alambique é pequeno e modesto, mas ele é grande no querer efetivamente encantar as pessoas.


Você recebeu apoio de alguém durante esse processo?

Meu maior apoio veio da minha esposa, que embarcou nessa furada sem saber como e se funcionaria. Também recebi um acalento do meu sogro e da minha sogra, que deixaram a gente construir tudo na fazendo.


Em função disso, chamei o meu cunhado pra participar de toda a sociedade, para prestigiar esse lado da família e trazer efetivamente o envolvimento deles no empreendimento. Desde então, todos estão muito empolgados com os resultados que estamos colhendo e com os lugares onde a Cachaça Jeceaba está chegando.


Quantas pessoas estão envolvidas nas etapas de produção da Cachaça Jeceaba?

Informalmente, todos da família podem ser considerados marketeiros da Cachaça porque falam bem e vendem ela para os amigos. Nesse sentido, todos os meus cunhados trabalham comigo em feiras também. E eventualmente, quando estou rotulando garrafas, até para os meus filhos sobra o trabalho de ajudar a rotular.


Mas diretamente ligados estamos eu, o meu cunhado Dedé e o alambiqueiro Fabinho, que é um achado do nosso time. Sem ele a gente não conseguiria ter essa qualidade que temos, aprimorando a cada ano. Já na administração do marketing, minha esposa e eu estamos envolvidos.


Vocês participam de festivais e feiras expondo a Cachaça Jeceaba?

Sim, inclusive o Festival Gastronômico de Jeceaba foi importantíssimo para nós conseguirmos a projeção dentro da própria cidade. Desde a primeira vez, desde a primeira edição do festival nós estamos participando. Graças ao pessoal do Circuito Turístico do Veredas do Paraopeba, demos um up muito grande no segmento na cidade.


mbora eu não tenha nascido em Jeceaba, as pessoas reconhecem o que a gente faz, e mesmo se não tivesse nada de cachaça, ainda seria uma cidade muito acolhedora.


Qual a importância dessa atividade para a sua vida?

Bom, sou advogado de formação, o que não deixa de ser uma cachaça também. Cachaça são muitas, como diria Carlos Drummond de Andrade, e eu tenho a sorte de ter duas.


O Direito, que realmente me propiciou condições de abrir o alambique, construir o alambique e de fazer esse empreendimento funcionar. E na hora que o business se junta com uma paixão, você fica satisfeito e começa a colher produtos e frutos muito positivos junto à família.


Acompanhe o trabalho da Cachaçaria Jeceaba através do Instagram e do site oficial: www.cachacajeceaba.com.br.

 

O Conto de todos os cantos sobre Jeceaba é patrocinado pela Vallourec via Conselho Municipal da Criança e do Adolescente de Jeceaba (CDMCA).


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