Natural da cidade de Jeceaba/MG, Mateus é pesquisador nas áreas de ilustração e arquitetura de residências da zona rural do município. Ao longo dos anos, explorou diferentes técnicas como óleo sobre tela, aquarela, lápis de cor, guache, nanquim e tinta de terra.
Desde de 2018, faz trabalhos como ilustrador freelancer para livros didáticos, camisas, entre outros trabalhos. E devido à sua atuação e estudos universitários, pode conhecer vários lugares chegando até o Japão.
Confira abaixo a entrevista realizada pela arte-educadora Ana Malta com Mateus do Projeto Arte Por Toda Parte de Jeceaba e conheça mais sobre o trabalho artístico. Leia!
Conte um pouco sobre seu percurso enquanto artista.
Ainda criança, comecei a desenhar de forma despretensiosa: desde os 7 anos, fazia desenhos autorais. Minha inspiração estava nos desenhos animados que assistia na televisão.
Além disso, outras referências que acabaram entrando para os meus desenhos, tanto na infância quanto na adolescência, foram os filmes, mangás e o videogame. Foi assim, pela brincadeira, que tomei gosto pelo desenho e comecei a criar minhas próprias histórias em quadrinhos.
Através do que a gente faz e produz, podemos inspirar outras pessoas.
Mateus ainda contou que, quando criança, foi aluno da artista plástica Nardir Urzedo, da qual recebeu grande incentivo para continuar desenhando. Inclusive, chegou a participar de uma exposição organizada pela pintora, em Jeceaba.
Hoje em dia, ele tem se dedicado à arte gráfica digital e à pesquisa de materiais e técnicas construtivas tradicionais. Além disso, Mateus também tem interesse por estudos relacionados às histórias e ilustrações sobre a formação de cidades e povoados.
Quando você começou a pensar que a sua escolha profissional estava atrelada ao desenho?
A escolha do desenho como algo que levasse à escolha da minha profissão veio na adolescência. Isso aconteceu quando passei a observar as obras e as transformações na minha cidade, em termos de construção. Comecei a pensar que queria fazer algo que tivesse ligação com o desenho. Foi aí que disse: “Vou fazer arquitetura”.
Então, desde 2016, faço Arquitetura na UFSJ. Lá, participei de projetos de pesquisa, entre eles o Programa Saberes da Terra, que é um grupo voltado para o trabalho em comunidade. Atuei nesse projeto levantando informações, coletas e dados que são repassados através das oficinas. E também fiz parte de uma exposição coletiva no Solar da Baronesa, em São João del-Rei.
Você conseguiu que algum desses projetos fosse até a sua cidade?
Durante dois anos e meio fiz uma pesquisa in loco em Jeceaba. Tenho muito orgulho de ter levado o nome da cidade para a universidade, através das pesquisas em laboratório feitas com amostras coletadas aqui, e também pelos artigos apresentados em congressos nacionais e internacionais.
No final de 2019, levamos o Saberes da Terra para a Escola Municipal de Jeceaba com quatro oficineiros do grupo. Fui responsável pela pesquisa teórica e prática, bem como pela coleta de solos e testes no laboratório.
Como funcionam as oficinas do Programa Saberes da Terra?
As oficinas oferecidas pelo grupo contam com um público variado. Temos participações de crianças, adultos e idosos. Há uma metodologia específica para cada tipo de aluno, que é desenvolvida pelos oficineiros.
Nas aulas sempre há uma condução envolvendo músicas, cantigas de roda e gestos. A forma empírica, tátil e sensorial é a mais importante quando se trata de aprendizado para crianças. Isso porque, assim, elas aprendem com mais qualidade e se envolvem com mais prazer.
Atualmente, qual é a sua maior fonte de inspiração?
A natureza me inspira e gosto muito de tudo que há de expressividade nela. Gosto da oposição, do contraste entre o urbano e o rural.
Quais são seus projetos e sonhos para o futuro?
Tenho vontade de ajudar as pessoas, influenciá-las e tocá-las para que enxerguem beleza e riqueza nas pequenas coisas, em detalhes que parecem banais dentro do cotidiano.
Acredito que tudo pode ser transformado pela educação. Então, sonho em participar e contribuir para o conhecimento das pessoas, seja com projetos de extensão, pesquisa ou ainda em um programa social maior.
O Conto de todos os cantos sobre Jeceaba é patrocinado pela Vallourec via Conselho Municipal da Criança e do Adolescente de Jeceaba (CDMCA).
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