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Conto de todos os cantos: Sr. José Coimbra


Seu Coimbra está sentado e sustentando dois pratos (instrumentos), um em cada mão.
Sr. Coimbra com os pratos, instrumento que toca atualmente na Banda de Jeceaba. Créditos: Alícia Antonioli

Músico mais antigo da Corporação Musical de Jeceaba/MG, o Sr. José Coimbra é um personagem reconhecido na cidade. Pai de seis filhos, Ana Maria, Marilac, Mara, José Maurício, Ronaldo e Angélica, ele vem de uma família de músicos.


Seu irmão Monsenhor é músico de conservatório, sua irmã é cantora de coral, e os netos que têm uma banda em Belo Horizonte. Com seus mais de 90 anos, o Sr. Coimbra esbanja bom humor e adora fazer brincadeiras: “Vou fazer 93 e tô pegando tiziu no ar ainda!”.


Descubra abaixo um pouco de sua história através da entrevista feita pelas arte-educadoras Ana Malta e Priscila Mathilde!


Zoom nas mãos do Seu Coimbra que apoiam uma bengala.
Sr. Coimbra na sede da Banda. Créditos: Alícia Antonioli

De onde vem seu interesse pela música?

Comecei aos 9 anos, em Senhora de Oliveira/MG, minha cidade de origem. Meu professor era o José Ambrósio e ainda hoje ainda existe lá uma banda de música. O primeiro instrumento que toquei foi o Saxhorn. Depois, a clarineta e, em seguida o baixo mi b. Hoje em dia, toco pratos, que é o que eu tenho condições, já que não posso andar muito porque tenho quatro parafusos no fêmur.


Qual é a importância da música para o senhor?

A música pra mim é tudo: seja a clássica ou a da roça. Mas eu gosto mesmo de música mais antiga: “Meu coração, não sei por quê / Bate feliz quando te vê / E os meus olhos ficam sorrindo… e “Violão pare um pouco as tuas cordas / Pois assim tu me acordas / Uma aventura de amor…”.


Quando o senhor veio para Jeceaba?

Fui supervisor de vendas da Central do Brasil. Vim para Jeceaba em 1952, e aqui fui vereador duas vezes e presidente de partido. Quando eu vim para cá, a Banda estava parada, mas nós a ressuscitamos. O avô do Willian Ribeiro [atual secretário de cultura de Jeceaba] foi meu regente. Depois o Willian também foi nosso regente nosso também. Bom, viu? É um bom músico, e eu falo a verdade.


Duas mulheres e um senhor sentados em cadeiras durante a entrevista.
As arte-educadoras Ana Malta e Priscila Mathilde entrevistando o Sr. Coimbra. Créditos: Alícia Antonioli

O senhor gosta de participar e já participou de muitos encontros de bandas?

Demais! Todo encontro de banda eu participo, não perco nenhum ensaio e nenhum compromisso da banda. Só não participo quando não posso.


Toda a vida eu gostei de música. Desde de quando eu comecei a entender alguma coisa.

O senhor vem de uma família de músicos, Sr. Coimbra?

O meu irmão mais velho, que chamo de Padre, trabalha de graça para a Diocese de Mariana e é músico de conservatório. Hoje, ele já está com 103 anos. Mas a minha irmã dá um show nele. Eles já estão caducando, mas a minha irmã ensina ao Padre. Eles tinham um coral em Ouro Preto: o Coral Cristo Rei. A minha irmã canta com partitura, ela tem uma voz espetacular! E meu irmão tem uma voz que vou te falar… O burro lá em casa sou eu. (risos)



O que o senhor gosta de fazer aqui em Jeceaba?

Vou fazer 93 anos, né? Gosto de namorar e de beber a minha pinga!


Tem algum lugar aqui em Jeceaba que o senhor gosta mais?

A sede da Banda. Aqui, tenho minhas amizades e todo mundo me considera, sabe? A gente tem que gostar do lugar que te considera. Nossa bandinha é boa, modesta parte.


Tem alguma história curiosa que o senhor teve com a banda?

No tempo do Pe. Xavier, a banda era uma das melhores. O Padre era músico e maestro, então, na época dele, a Banda de Jeceaba foi considerada uma das melhores da região, não perdia na qualidade nem para bandas militares. Na década de 50, ele saiu daqui e foi para Itabirito, lá ele montou um coral que chamava Canarinho. O Padre Xavier tinha uma elegância pra reger...

 

O Conto de todos os cantos sobre Jeceaba é patrocinado pela Vallourec via Conselho Municipal da Criança e do Adolescente de Jeceaba (CDMCA).

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