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Conto de todos os cantos: Dagmar Ferreira


Daguimar costura em uma máquina de costura antiga.
Dagmar na sede da Amariaz, em Jeceaba/MG. Créditos: Alícia Antonioli

Costureira desde criança, Dagmar Ferreira faz parte da Associação das Mulheres Reunidas de A a Z (Amariaz), em Jeceaba/MG. O projeto reúne mulheres da cidade, que produzem diversas peças com diferentes técnicas de costura e bordado.


Dagmar considera o trabalho que realiza na Associação de extrema importância para ela e suas colegas que, ao terem seu trabalho reconhecido na região, se sentem valorizadas.


Veja abaixo a entrevista feita pelos arte-educadores Ana Malta, Priscila Mathilde e Gustavo Rosário com a Dagmar!


Foto em zoom: mãos de costureira bordando em uma máquina de costura nova.
Costureira associada bordando com tecidos doados. Créditos: Alícia Antonioli

Quando você começou a trabalhar com bordados e costuras?

Essa habilidade vem da minha mãe, que bordava e costurava. Eu a via bordando e foi ela quem me ensinou. Na época, a gente criava porco e usava aqueles barbantes de farelo. Eu juntava um pouco, enfiava na agulha e, assim, comecei a tecer, a fazer crochê.


Há quanto você vive em Jeceaba?

Minha mãe se chamava Marvina Maria e meu pai, José Ferreira de Assis. Ele trabalhava na antiga Rede Ferroviária. Nasci em Chacrinha e, quando tinha 4 anos, meus pais se mudaram para Jeceaba.


Só pude trabalhar até o 7º ano porque, quando meu pai morreu, precisei ajudar a minha mãe. Éramos seis filhos e ela não conseguia dar conta. Naquela época, as coisas eram mais difíceis, então precisei parar de estudar para trabalhar. E não tive mais a oportunidade de voltar a estudar.


Quando passou a fazer parte da Amariaz?

na Associação desde o começo, há 11 anos. Quando elas fundaram a Amariaz, me convidaram para participar. Antes, ela só funcionava com costuras, mas agora que a gente recebeu um auxílio da Vale, conseguimos consertar as máquinas que estavam estragadas, comprar um pouco de material e o trabalho tem ido para frente.


Três integrantes da Associação posam para foto na sede.
Da esquerda para direita: Zezeca, Dagmar e Ana na sede. Créditos: Alícia Antonioli

Durante esses 11 anos, houve algum fato marcante que gostaria de contar?

Todos os anos acontece a Festa do Trabalhador no dia 1º de maio. Nós sempre mostramos nosso trabalho em uma barraca na festa e houve um ano que uma amiga nossa, que também é artesã, expôs o trabalho dela.


Então, nesse dia, enquanto ela expunha as peças, um vereador da cidade falou que ela não podia fazer isso só porque ela era de outro partido. E ele fez com que eu tirasse as coisas dela da barraca. Mas, no momento em que tiramos as coisas dela, eu tirei as minhas também. Nós ficamos muito chateadas com essa atitude porque aquilo não tinha nada a ver com política.


O artesanato é algo que a gente tem que cultivar mais. É preciso ter respeito com as pessoas que fazem artesanato na cidade.

Mas nesse dia, o vereador só tava pensando em política. A partir de então, eu passei a trabalhar só por encomenda.


Como se sente participando da Associação?

Participar da Amariaz é muito bom. Além de todas nós sermos amigas, podemos bater papo sobre a vida. A Associação dá uma grande importância para a gente, principalmente, quando vemos o trabalho ser valorizado.


Antes, ninguém dava nada pela Associação, não achavam que ela ia para frente. E hoje ela já está com 11 anos. Aos trancos e barrancos, mas está aí.


Acompanhe o trabalho da Associação Amariaz pelo Instagram.

 

O Conto de todos os cantos sobre Jeceaba é patrocinado pela Vallourec via Conselho Municipal da Criança e do Adolescente de Jeceaba (CDMCA).




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